Autoconhecimento e liderança: um processo evolutivo

Ao mencionar autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, podemos transpor seu significado para o processo de reflexão interior: um importante passo para resultados positivos da liderança de equipes.

 Já dizia o filósofo Sócrates: “Conhece-te a si mesmo”. Essa frase conhecida por muitos pode ser resumida em uma simples e forte palavra: autoconhecimento.

 Borja Vilaseca faz uma comparação interessante ao processo de autoconhecimento quando diz que a consciência de quem nós somos é como um músculo que se desenvolve por meio de exercícios diários.

 Você sabe quem é e no que acredita?

 Pergunto “em que você acredita”, pois saber quais são de suas crenças e seus valores é também deixar de ser reativo ao ambiente e se tornar proativo. Neste sentido, crenças e valores fazem parte do autoconhecimento, pois são fatores inconscientes que embasam todas as ações de uma pessoa.

 Crença diz respeito a tudo que acreditamos.

Por exemplo, um sujeito que acredita que gato preto dá azar, se benzerá ao passar perto de algum ou se um líder não acredita no potencial de sua equipe, dificilmente estabelecerá uma gestão de sucesso dentro de uma empresa.

 Por fim, um ponto crucial: crenças podem ser as mais diversas, e são tão significativas que podem conter fatores evolutivos ou limitantes, tal qual uma bússola que norteia os caminhos.

 James Hunter menciona em sua história sobre a liderança no livro “O Monge e o Executivo” que se nos agarrarmos a velhos padrões mentais, podemos acabar paralisados, enquanto o mundo continua sua transformação em volta de nós.  As nossas crenças, por vezes invisíveis aos nossos próprios olhos, podem nos cegar diante do nosso processo de crescimento.

Saber qual é a sua identidade é tão poderoso que move nosso mundo interior e nos impulsiona a enxergar com mais clareza os fatos do dia-a-dia, a refletir mais antes de julgar e, consequentemente, a entender melhor as pessoas.

 O autoconhecimento também consiste clarear sua vertente “valores humanos”, que são os fundamentos pessoais de cada um e determinam as prioridades da nossa vida.

Por exemplo, se o valor principal de um indivíduo é o comprometimento, então sua tendência será buscar a responsabilidade, o empenho, e a organização sempre em primeiro lugar.

 Os valores pessoais também atribuem um peso grande nos comportamentos de uma pessoa, pois o que acreditam e o que fundamentam, criam raízes nas condutas tanto na vida pessoal, como na vida profissional.

 Buscar a revelação de sua identidade é um aprendizado que exige humildade, uma vez que é necessário reconhecer seus pontos fortes e fracos, suas falhas e seus acertos, buscando sempre o equilíbrio de suas ações. Saber quem somos traz paz interior, refletindo exteriormente em relacionamentos saudáveis.

 Passamos nossa vida inteira nos relacionando com outras pessoas tanto profissionalmente (colegas, parceiros, clientes, liderados etc.) quanto intimamente (companheiro ou companheira, família, amigos etc.) e para que essas relações fluam com mais leveza, estar em paz consigo mesmo é fundamental.

 Por isso um líder que busca ser consciente de sua essência, poderá ter uma gestão que ultrapassará alcançar somente as metas técnicas e ampliará seus resultados para o autodesenvolvimento e para o desenvolvimento de sua equipe.

Não temos controle do mundo exterior, mas podemos transformar o nosso interior – o que de fato, está ao nosso alcance. Como menciona Mahatma Gandhi “Se quiser mudar o mundo, comece por si mesmo”.

 Saber qual é sua essência é uma reflexão constante, pois o ser humano não tem um manual de instruções, entretanto, se dispor a realizar esse exercício é passar a ser agente de suas próprias ações. O resultado será não só a transformação, mas a sua evolução.

Isso depende de um fator decisivo: você!

Por Giovanna Mandetta para o RH.com.br