O conceito de formação gerencial nos últimos anos foi fortemente exercitado pelas empresas varejistas.

O mercado em expansão, a competição por novos territórios e a necessidade de reciclar o corpo gerencial levaram as empresas a estruturar programas específicos de educação corporativa com este objetivo. Estas ações, por muito tempo, sustentaram o plano de expansão das redes e o turnover na área de gestão.

Não se abre uma loja sem um bom gerente, porém, tais profissionais não estavam disponíveis no mercado. Portanto, a única saída era formá-los.

Com a crise se aprofundando e os grandes varejistas dispensando os profissionais que demandaram investimentos significativos para sua formação, há de se pensar que esta mão de obra está farta no mercado.

Realmente, o número de currículos com experiência profissional que têm chegado aos RHs cresceu muito nos últimos meses, mas isto não significa que as empresas podem abrir mão dos seus programas de formação gerencial.

A maioria destes currículos trazem experiências e vivências fundamentais para a operação, o que pode reduzir de forma significativa o investimento na formação dos gerentes.

Mas os valores, a cultura, a filosofia, a alma e o jeito de ser não estão disponíveis no mercado, muito menos nos currículos disponíveis nos RHs.

A grande empresária do setor, Luiza Helena, do Magazine Luiza, costuma dizer em suas palestras:

“Os concorrentes podem copiar as ideias da ML, mas o segredo da empresa está na Alma e isto ninguém copia”.

Outro ponto importante é que como os processos de expansão estão muito restritos e/ou paralisados, é possível pensar que este investimento possa ser postergado. Segundo Peter Senge, em a Quinta Disciplina, publicado pela editora Saraiva, o sucesso está nas organizações que aprendem.

Unindo os pensamentos  descritos acima, temos o seguinte cenário: gerentes com experiência disponíveis no mercado, redes varejistas com necessidades de pessoal para reposição e otimização dos resultados já que a competição pelos poucos recursos dos clientes se intensificou com a crise.

A solução parece simples: contratar esta mão de obra disponível e aculturar este profissional com a nova empresa ao menor custo possível. Isto pode acontecer replicando o modelo de formação que mais cresce no mundo, a Educação a Distância.

Modernos projetos de educação corporativa utilizam ferramentas tecnológicas para otimizar o tempo e o custo deste tipo de formação. Utilizando os profissionais mais experientes da própria empresa, que atuam como tutores nos programas de capacitação, é possível fazer o “on the job training” com um custo muito menor do que se faria com o treinamento presencial.

O momento exige cortes? Não tenho dúvida. Mas, restringir custos não pode ser sinônimo de paralisia no desenvolvimento do corpo gerencial da empresa. O custo da retomada pode ser insuportável e a velocidade com que cada concorrente vai retomar o pós crise, (acredite ele está próximo) será fator decisivo de sucesso.

Não adianta sobreviver à crise e sucumbir na retomada. Isto será o mesmo que morrer na praia.

Wagner Oliveira é CEO e Fundador do Grupo Woli, especializado em educação corporativa à distância para grandes grupos de varejo de porte nacional.

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