Jogos Organizacionais se enquadram em quatro categorias:

  • jogos administrativos,
  • jogos de carga de trabalho,
  • “Perna de Pau” e 
  • Só Estou Querendo Te Ajudar”.
  • Aqui não há a implicação de que todas as organizações jogam todos esses jogos, Uma organização livre de jogos, não jogará nenhum; outras podem jogar alguns deles e uma organização infestada de jogos, jogará todos.
  • Bom Gerenciamento” – O principal jogo administrativo é chamado de “Bom Gerenciamento”, Em voga no momento é empregar um psiquiatra na organização industrial ou governamental, uma vez que hoje em dia todos sabem que isso é parte do bom gerenciamento. O psiquiatra então é explorado de diversas formas, mas sempre afastado de situações onde poderia de fato ser capaz de mudar algo. O administrador chefe pode usa-lo como joguete em jogos do tipo “Briguem Vocês Dois”; ele deixa o psiquiatra dizer as coisas desagradáveis aos seus executivos, de forma que ele, o administrador chefe, não corra o risco de perder a popularidade ou de ser acusado de relações interpessoais precárias ou má administração. Em todo caso, as palestras e outras atividades do psiquiatra estão sumariadas numericamente no Relatório Anual.
  • Há um número crescente de organizações que fazem uso legítimo de um psiquiatra ou outro consultor acostumado a assumir responsabilidade clínica. Na pior das situações, o “Bom Gerenciamento” é potencialmente, um jogo construtivo, pois um consultor competente, decidido e diplomático pode, muitas vezes, iniciar mudanças de valor.
  • “Jogos de Carga de Trabalho – Em geral, esses jogos são burocráticos, ocupando-se de considerações orçamentárias e posse de empregos, racionalizados com “Só Estou Tentando Te Ajudar”. Os jogos de cargas de trabalho ou número de casos estão divididos em fases de escassez e sobrecarga.
  • Para justificar estes jogos, “colaboradores” jogadores assumem a “visão ampla” de que em os problemas sociais são, essencialmente, insolúveis no presente, mas que em algum tempo futuro, as respostas chegarão. Nesta situação confortável, o colaborador realiza esforços extenuados para resolver os problemas, mas sem a necessidade de ser bem sucedido, uma vez que se encontra protegido por uma hipótese cuidadosamente alimentada de que os problemas são essencialmente insolúveis.
  • Os jogos giram em torno da intensidade dos esforços do jogador frente a condições que todos devem reconhecer como sendo insuperáveis. Portanto, há uma reserva institucional de que somente uma pequena porcentagem dos clientes ou pacientes pode ser ajudada, e que só podem ser ajudados depois de um período bastante longo.
  • “A Fase de Escassez de Carga de Trabalho” – Muitas pessoas conservam seu equilíbrio psíquico demonstrando continuamente a ingratidão das pessoas ou a enormidade Áugea dos problemas sociais que frustra seus esforços Hercúleos e requer rios de dinheiro ao invés da mixaria que lhe é alotada. Assim, quando há escassez de trabalho em uma organização infestada de jogos, alguns dos funcionários podem ficar agudamente desconfortáveis (que eles atribuem a fatores secundários), de forma que há um clamor por maior carga de trabalho ou número de casos.
  • As demandas orçamentárias externas e o desejo de manter em número máximo ou mesmo aumentar o contingente de pessoal contribuem para este desconforto.
  • “A Fase de Sobrecarga de Trabalho” – Na fase de escassez, segue-se a política de “portas abertas”, oferecendo serviços à comunidade e fazendo campanhas promocionais. O slogan “Nós Queremos Ajudar”, que é traduzido para o cliente individual “Só Estamos Tentando Te Ajudar”. Se esses esforços forem bem sucedidos, a organização pula para a fase de sobrecarga. Com a sobrecarga, há uma longa lista de espera, todos estão pressionados pela falta de tempo, e não se espera que ninguém faça nada além da rotina normal.
  • A quantidade toma precedência sobre a qualidade, e não há tempo para ceticismo.
  • O jogo organizacional durante esta fase é o SNAFU**.“Perna de Pau – As variações organizacionais desse jogo são exemplificadas por “Indigente” e “Veterano”. Enquanto no jogo “Perna de Pau” o paciente desafia o terapeuta como uma incapacidade estabelecida, nas variações organizacionais desse jogo o terapeuta se depara com jogos de carga de trabalho jogados por organizações externas com as quais não tem que lidar, tais como, departamentos previdenciários e organizações de veteranos. O paciente ou o cliente está ciente disso, de forma que desde o início, tem a melhor mão no jogo.
  • Portanto se o terapeuta escolher trabalhar em organizações infestadas de jogos, vê-se obrigado a fazer concessão a um tipo de contrato terapêutico padronizado do tipo “Só Estou Tentando Te Ajudar”.
  • Autor: Eric Berne 
  • Fonte: www.unat.org.br 

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