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Você já deve ter presenciado esta cena várias vezes: alguém apresenta uma nova ideia, cheio de entusiasmo, e as cabeças começam a  balançar negativamente, murmurando:  “Não! Não! Não!”.

Mais uma ideia é liquidada, sem maiores preocupações em examinar seus méritos. Ela é simplesmente fuzilada por causa de um aspecto que a torna impraticável na opinião dos avaliadores. Nenhuma tentativa é feita para trabalhar a ideia, explorar seus pontos positivos e neutralizar seus pontos negativos.

Esta é uma situação muito comum em todas as organizações; diariamente milhares de idéias são jogadas fora sem a consideração de suas possibilidades .

O aspecto mais trágico desta atitude é que ela acaba por inibir as cabeças pensantes da empresa. Para cada ideia criativa descartada, há um criador de idéias imaginando se vai se arriscar a oferecer outras.

Em situações semelhantes, você pode agir como um coveiro ou como um jardineiro.

O coveiro trata de enterrar a nova ideia o mais fundo possível, de forma que ela não volte a incomodá-lo. O coveiro de idéias tem o hábito de examiná-las com base na sua viabilidade imediata e descartar todas as que apresentem qualquer indício de dificuldades na sua adoção.

O jardineiro sabe que a semente de toda inovação é uma ideia altamente especulativa e inacabada, que precisa ser trabalhada para se tornar viável e prática.

Pela sua própria natureza, quanto mais ambiciosa a ideia, mais frágil ela se apresentará, mais falhas terão que ser corrigidas.

É importante reconhecer que na medida em que você afasta os obstáculos, isto é, constrói a viabilidade da ideia , você está modificando-a, ou mesmo transformando-a.

O resultado final pode ser bem diferente da ideia original. Isto é a verdadeira natureza do desenvolvimento de ideias. Não há nada de errado neste processo, desde que o produto final seja reconhecido como valioso, útil e viável. Neste caso, o valor da ideia original está no seu papel de gatilho do processo de inovação.

A beleza desta abordagem é que ela permite que você comece com uma ideia muito nova e fresca e não se deixe cegar pelos seus inevitáveis defeitos. Como você tem os meios de construir sua viabilidade de forma sistemática, há mais liberdade em usar sua imaginação para melhorá-la ou mesmo transformá-la.

Neste processo de desenvolvimento de idéias, o jardineiro percorre uma trilha de cinco etapas.

 

Avaliação e desenvolvimento de idéias com mente aberta:

 

  • Etapa 1: Diga simplesmente “talvez”.
    Segure o primeiro impulso de dizer “não”. A negativa corta todo um mundo de possibilidades. Nesta etapa você deve dizer a si mesmo que, dada à nova ideia uma atenção construtiva, ela pode mostrar seus méritos e se tornar muito valiosa.
  • Etapa 2: Encontre os pontos positivos.
    Articule aqueles aspectos e características da ideia que são positivos, mesmo que você não a aprove na sua totalidade. Tente ser específico sobre os pontos positivos. Esta é uma etapa importante, pois estabelece uma atitude mental diferente da atitude típica da resposta “aqui está o que esta ideia tem de errado”. Esta atitude construtiva cria uma chance da nova ideia viver um pouco mais e revelar um surpreendente número de características positivas que, de outro modo, não seriam percebidas.
  • Etapa 3: Identifique os problemas a solucionar.
    Considere que os aspectos negativos são obstáculos a serem superados, e não razões para descartar a nova ideia. Tenha em mente que, na vida de uma nova ideia, este é o momento mais vulnerável e uma abordagem negativa certamente a matará prematuramente. Não se trata de negligenciar os aspectos negativos associados à ideia, mas sim de mantê-la viva pela clara identificação de medidas a serem tomadas para neutralizar estes aspectos negativos. Por exemplo:

“É muito caro. Não podemos fazer isto dentro do nosso orçamento”.

Torna-se em:

“Vamos ver se podemos fazê-lo a um custo menor”.

Todas as duas declarações tocam a questão dos custos. A primeira fecha as portas, a segunda a deixa aberta e convida os solucionadores de problemas a continuar seu trabalho.

 

  • Etapa 4: Gere ideias para remover os obstáculos.
  • Concentre-se primeiro no problema mais difícil e gere ideias específicas para removê-lo. Comece pelo obstáculo mais desafiador, pois, com muita freqüência, os outros são derivados deste problema maior; resolvendo o maior, você estará resolvendo os outros também. Continue removendo os obstáculos remanescentes, até que você tenha desenvolvido um conceito que possa ser considerado viável e valioso.
  • Etapa 5: Crie um plano de ação.
    Articule ao novo conceito que você desenvolveu, certificando-se de ele inclui todos os elementos que você incorporou para torná-lo viável e acionável. Liste as medidas necessárias para realizar a implementação.

Com estes simples cinco passos, você não só resolveu um problema crônico. O mais importante é que você deixou claro para sua equipe que valoriza suas contribuições e sabe como tratar suas ideias de forma construtiva. É através de gestos concretos como este que a empresa se mostra verdadeiramente receptiva às pessoas criativas e as estimula a continuar pensando.

por JAIRO SIQUEIRA 

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