Muitas empresas, grandes e pequenas, caminham para e extinção. Algumas se dão conta e outras não.

O que há em comum entre elas?

A velocidade da obsolescência: que é enorme!

Desenvolver um produto e/ou serviço bem sucedido e parar por aí não é uma atitude aceitável para as empresas que desejam sobreviver, e até se destacar, no mercado pelos próximos anos.

O que é novidade hoje torna-se ultrapassado em pouquíssimo tempo. O fato do tema “inovação” ocupar tanto espaço em textos, manchetes e das prioridades das empresas e seus CEOs, não é casual ou modismo.

A inovação é imprescindível para as companhias de todos os tamanhos, desenvolvida como cultura e com processos dedicados.

E engana-se quem acredita que apenas grandes organizações, que possuem recursos para investir, podem ser inovadoras.

Ter a mente aberta para o novo e para o diverso (até divergente!) é o principal ingrediente para se reinventar e realizar projetos arrojados – que nem sempre estão baseados em tecnologias totalmente inéditas pois em muitos casos, aprimorar algo que já existe ou recombinar elementos já conhecidos pode ser a grande sacada.

Por isso, compartilho dicas que são fundamentais para os que desejam cultivar a inovação nos negócios – independente do porte ou área de atuação – ou até mesmo ousar na carreira:

 

1. Mude a perspectiva: veja o mundo por outros ângulos.

Pode parecer óbvio, mas é o principal erro cometido.

Fala-se muito e pratica-se pouco. Isso acontece porque acreditamos que inovação requer dinheiro e grandes laboratórios de pesquisa.

Isto pode ser necessário, mas será excessivamente dispendioso se não criarmos um ambiente disruptivo por algo simples: evitar a convergência fácil de ideias e cultivar o “pensamento divergente”.

Precisamos olhar as mesmas coisas de outra forma: comece vendo sua empresa pelos olhos dos clientes. Saia da defensiva e do lugar comum.

2. Tempo dedicado: nada muda sem esforço focado.

Comece utilizando os recursos disponíveis e sob sua gestão: o seu tempo e do seu “capital humano” – sua equipe.

Ofereça tempo e espaço para que as pessoas debatam, divirjam, tragam novas ideias.

A criatividade precisa ser alimentada, ela não surge apenas do desejo, mas do cultivo.

Reserve horários e salas para brainstorms e reuniões nas quais o propósito seja a troca de conhecimentos e a busca de soluções para problemas conhecidos e perenes. Instrua e peça a “divergência construtiva” : ela testa a consistência do que fazemos e permite novos ângulos. Abra espaço para o novo.

3. Processos: inovação requer novas competências que são locomotivas novas em trilhos antigos – processos não revistos.

Você está olhando por outras perspectivas, cultivando o pensamento divergente e agora precisa mudar o “dia a dia”.

De outro modo, a novas e possíveis boas ideias morrerão nas salas de brainstorming.

Só será possível partir para a implementação, se você revisar e ajustar seus processos, senão, o novo será “reconformado” pelo velho e, adivinhe? Nada mudará!

Mude o jeito e o “como” as coisas são feitas.

Sem mudança de cultura e de processos a inovação sera menos que uma onda passageira. Abra novos trilhos e caminhos.

4. Ouça e Compartilhe: a solidão pode ser uma armadilha.

Você está implementando soluções novas, mas na verdade, apenas debateu o desenho e o protótipo com você mesmo.

O receio de perder uma boa ideia ou tê-la copiada, cria muitas vezes, um excessivo isolamento para seu protagonista ou para o líder de uma organização.

Escolha pessoas em em quem confia e dê um jeito de testar o conceito com seus clientes: você testará a solidez e a viabilidade antes de lançar algo que parecia ótimo, e poderá representar um fracasso.

Olhar por outros ângulos, significar também, com outros olhos.

5. Erre: não só é humano como é uma forma de chegar mais rápido ao sucesso.

Não tenha medo das falhas, sempre que foram produzidas com esforço focado – busca de uma nova solução ou produto.

Produzir algo novo é em geral fruto de uma séria de boas ideias que fracassaram e deram espaço para ideias ainda melhores. Por isto, quando o erro ou fracasso ocorre, será essencial aprender com rapidez e mudar a rota, somando a experiência.

Daí a importância de compartilhar e estar aberto para ouvir: são aceleradores do aperfeiçoamento que levará a inovação.

Se perguntarmos para diferentes empreendedores inovadores como eles alcançaram o sucesso, certamente as trajetórias serão diferentes, mas muitos trilharam grande parte destes caminhos – mesmo que inconscientemente.


 João Roncati é diretor da People + Strategy, consultoria de estratégia, planejamento e desenvolvimento humano.

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